segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Saulo Stemell: Um Multi-Artista Serra-talhadense em Ascensão

        Saulo Micharrel da Silva Ferreira é o filho do meio de seu Severino Alves e de dona Simone Silva, que conceberam três herdeiros, porém, seu pai lhe deu mais quatro irmãos de uma segunda união conjugal, totalizando assim sete filhos, Saulo veio à luz em 22 de janeiro de 1997, uma quarta-feira, no Hospital São Francisco em Serra Talhada-PE. Saulo é um nome próprio masculino e significa: “aquele que foi muito desejado”, de origem hebraica, é um nome de forte carga religiosa.
        Saulo Stemell como é artisticamente conhecido, adotou esse nome por achar bonito, chamativo, diferente, o mesmo era usado por uma amiga no perfil do Orkut. O jovem artista passa quase despercebido quando está a paisana, pois é de uma gentileza e humildade que lembra os monges tibetanos, porém ao falar e/ou se caracterizar para apresentações artísticas, você nota imediatamente seus múltiplos talentos: cantor, compositor, dançarino, ator, recreador, maquiador, performer, coreografo, quadrilheiro afamado, toca instrumentos de percussão, e é um apaixonado pelas artes em suas diversas manifestações, além de Influencer digital.
        
"A arte para mim,
é libertadora, é evolvente, é transgressora, nos transforma, e para bem fazê-la nos transformamos por ela, as vezes não estamos bem, aí tem uma apresentação e a gente camufla nosso
mal-estar e fazemos acontecer seja o espetáculo, seja o show, seja a recreação… E por algumas horas aquilo que nos angustiava desaparece. A arte tem esse poder de nos mostrar o extraordinário, a fantasia que nos fascina. É algo divino ser artista, cantar, criar personagens, contar histórias, despertar sensações nas pessoas, principalmente nas crianças, pois são muito verdadeiras se gostarem diz, se não agradar elas demonstram com a mesma verdade, isso é o mais fantástico”
. Se expressa com ar de satisfação e contentamento.        
        Seus estudos
tiveram início nas escolinhas particulares de ensino infantil, Escola Parque e Santa Isabel depois, fez parte do Ensino Fundamental 1 na Escola Methódio de Godoy. Em dezembro de 2011 foi morar com sua irmã Shyrlei na cidade do Recife, onde estudou na Escola Felipe Camarão, retornando para Serra Talhada no ano de 2013, estudou na Escola Irnero Ignácio e concluiu o Ensino Médio na Escola Solidônio Leite em 2018.

        “Sou de família evangélica, então o primeiro talento artístico percebido foi o de cantor quando eu tinha 5 anos, foi algo que surgiu naturalmente, quando menos se espera lá estava eu cantando no coral da Igreja, fazendo solo… A música me acompanha a 2 décadas e é maravilhoso. Comecei como muita gente cantando na Igreja, em conjuntos musicais que tocava e cantava em casamentos, como solista passei a fazer apresentações em outras Igrejas, sempre na perspectiva de evangelizar. Hoje canto estilos variados ao gosto do público para o qual me apresento”. Relata o artista.

        Sua voz é potente, marcante e se adequa a diversos estilos musicais, sua estreia profissional fora da Igreja aconteceu em 2014 na Orquestra Edição Extra, da vizinha cidade de Triunfo, a convite da produtora da banda Ana Cristina, passando a se apresentar em formaturas, festas de aniversários, casamentos e eventos afins, segue atuando na banda sempre que tem show. “Eu canto todos os estilos na Orquestra e nas apresentações solo, porém o forró é o estilo predominante quando me apresento sem a banda, tenho algumas composições autorais e estou me preparando para gravar em breve”. Pondera ele. Para conhecer o lado cantor do artista acesse: Saulo Stemell - YouTube

        Sua formação artística seja na música, na arte de representar, no ciclo junino e demais modalidades é autodidata, vai agindo de acordo com sua intuição, imaginação e criatividade; algo que não lhe falta é inspiração e vontade para realizar com esmero cada uma das inúmeras atividades que lhe chegam. Seu talento para quadrilheiro, é algo perceptível e arrebatador em sua carreira, aparece de forma tímida em 2011 quando passou a acompanhar o lado estilizado das Quadrilhas juninas, admirando, pesquisando e se encantando por este fazer artístico.

        Somente em 2015 integrou o elenco da Junina Flor do Sertão; no ano seguinte (2016), recebeu o convite da Junina estilizada Sem Limite para ser o coreografo e a Rainha daquele ano, o que realizou com notável paixão e afinco. Tanto é, que passou a desenvolver junto aos demais integrantes, argumentação para escolha do tema, coreografias, figurinos e caracterização para cada ciclo junino, levando a Sem Limite a ser destaque nos festivais e concursos de quadrilhas existentes, saindo vencedores em diversas categorias avaliadas pelos jurados.

        Neste ano de 2022 arrebataram vários troféus e levaram o nome de Serra Talhada com muito talento, brilho e uma pitada de ousadia para muitas cidades pernambucanas, além de outros Estados do Nordeste. “Já havia me montado algumas vezes, porém a personagem não tinha nome para ser chamada, então, resolvi unir as siglas de trás para frente do meu nome e sobrenome compondo assim, Medley Sabrina que aparece nos concursos de miss e no ciclo junino, sempre com destaque”. Conclui Stemell.

        Sem perder a simplicidade, sua marca registrada, o multi-artista vai buscando referências e se aprimorando enquanto autodidata, mas tendo oportunidade participa de cursos e oficinas como aconteceu em 2018, quando fez com esmero o Curso ACUPE Formação do Intérprete-Pesquisador em Dança 2018. “Esse curso foi absolutamente importante na minha trajetória, pois nos apresentou ferramentas de investigação acerca de nossas possibilidades de diálogo estético com o mundo na linguagem da dança, foram seis disciplinas na grade de atividades: Danças Tradicionais, Ballet Clássico, Dança Contemporânea, Teatro/performance, Pesquisa em Dança/Demonstração de Trabalho e dança inclusiva, algo realmente marcante para mim”. Relembra.

        Hoje o genial artista se desdobra entre os trabalhos de recreação e personagens infantis na Tindolelê, ensaios e apresentações na Orquestra Edição Extra e na Junina Sem Limite, Voz e Violão, participação em shows de outros artistas como convidado, presença em eventos com a Medley, vida pessoal e familiar. “O artista tem que fazer várias coisas ao mesmo tempo para conseguir sobreviver, espero o tempo em que a arte seja mais valorizada e a gente ganhe mais trabalhando menos, atualmente os corres são muitos para se conseguir o mínimo. Todavia me sinto realizado em fazer o que gosto”. Finaliza sorridente.




Por Carlos Sett


Um comentário:

  1. Parabéns pela reportagem. Só esqueceu de falar que Saulo Stmell foi membro do Coral Anita Vilarim.
    É bom fazer os reparos históricos.

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