Seu Nogueira como era conhecido, nasceu em 05 de agosto de 1922 em Vila Bela, atual Serra Talhada, filho do Sr. Manoel Antônio dos Santos e Dona Maria da Glória dos Santos, na Fazenda Várzea, e faleceu em 30 de setembro de 2011, aos 89 anos.
Casou-se com dona Aristânia dos Santos em 12 de novembro de 1947 e da feliz união nasceram 9 filhos, todos criados e educados para enfrentar as adversidades do mundo; os quais se tornaram bons profissionais e constituíram famílias. Os patriarcas contam 19 netos e 26 bisnetos. Sua digníssima esposa faleceu em primeiro de junho de 1992.
Durante seus quase 90 anos de vida, trabalhou, serviu e amou a todos conforme preceitua um dos mandamentos da lei de Deus, era respeitoso, sério, mas sabia demostrar carinho e caridade a quem quer que fosse e/ou precisasse de seus préstimos.
Em sua trajetória profissional, foi feliz e cumpriu fielmente seus deveres, sendo algumas de suas marcas peculiares: a honestidade, a disciplina, a pontualidade e a imensa amizade atribuída aos siô e siá que passaram por sua vida.
Ainda criança já demostrava o talento musical para o Sax e fazia aulas com a Maestrina Rosa Pau Ferro; em 1937, com apenas 15 anos começou a tocar na Filarmônica Vila-belense, tendo por muitas vezes assumido como maestro o comando da banda. Foi uma pessoa que fez muito pela música em Serra Talhada, e tocou em inúmeros eventos e cerimônias com a Filarmônica, permanecendo atuante por 66 anos com seu Sax magistral.
Com a Filarmônica tocou na chegada do primeiro trem e inauguração da Estação Ferroviária em 02 de fevereiro de 1957 da cidade, e também no pouso do primeiro avião que voou nos céus serra-talhadenses, trazendo o ilustre governador Agamenon Magalhães, figura política notória, também filho da Vila Bela.
Um momento bem marcante e de muita glória e euforia foi o chamamento para servir nas Forças Armadas no período da 2ª Guerra Mundial, partiu em 30 de setembro de 1944, cuja locação deu-se no município de Caruaru, onde passou a exercer a função de Soldado Corneteiro do 37º Batalhão da Infantaria, junto a outros serra-talhadenses, ficaram em serviço até 05 de setembro de 1945. Durante o tempo que serviu ao Exército nunca sofreu nenhuma punição, cumprindo fielmente o juramento que prestou a Bandeira Nacional. Ainda em Caruaru foi convidado a fazer parte da Banda Baile Nova Euterpe.
Após cumprir seus deveres para com as Forças Armadas, volta a Serra Talhada e é convidado pelo seu ex-companheiro de farda, o Professor José de Paulino (o famoso), que fundou o Instituto Rui Barbosa. Nesta entidade seu Nogueira criou a primeira Banda Marcial de Serra Talhada, vale lembrar alguns meninos que integraram a banda e depois se tornaram personalidades notórias de Serra Talhada e região: Dr. Luís Leite, Professor Auremá, Dr. Elias Nunes, Dr. João Cosme, dentre outros.
Ainda na década de 1940 foi um dos fundadores da Jazz Band Serra Talhada. Entre os componentes citamos: Zé Ribeiro (pai do Professor Dierson), Luís de Sá, Edésio Alves, Luiz coco, João Romão, Antônio e Severino Rufino, Orlando de Carvalho, dentre outros.
Teve a felicidade de tocar na inauguração da agência do Banco do Brasil em Serra Talhada em 1943, e depois no seu Jubilei de Ouro em 1993, quando a agência completou 50 anos de funcionamento neste município. Tocou com Edésio e seus Red Caps, e também na Festa do Algodão, assim como, em vários bailes, festas e eventos no CIST e no clube o Batukão, fundado por ele e seus familiares, clube este, que teve tempos áureos e foi palco de grandes festas por quase 40 anos de funcionamento, trazendo atrações de vários gêneros da música nacional.
Trabalhou muito tempo no Colégio Municipal Cônego Torres e depois em maior período no Colégio Industrial, hoje Escola Estadual Cornélio Soares. Viveu uma vida de excelência, cercado pelos seus entes queridos e muitos admiradores. Seus ensinamentos e exemplo são seguidos até hoje pelos familiares, alunos e pessoas de todas as classes com quem teve amizade. O maestro Nogueira deixou uma herança musical muito forte nos filhos, netos e demais parentes, legado que hoje conta com uma quarta geração de músicos na família.
Por Carlos Sett
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