sexta-feira, 5 de maio de 2023

PROFESSOR DIDI: SINÔNIMO DE INTELIGÊNCIA E SIMPLICIDADE

 

    O filho prodígio de seu José Luiz Duarte e dona Cecilia Celestina Duarte (falecidos), nasceu no dia 05 de fevereiro de 1953, uma quinta-feira na casa de seus genitores, na Rua 15 de Novembro (hoje Rua Enock Ignácio de Oliveira), um serra-talhadense nato, de nome Francisco de Assis Duarte.

    O nome Francisco Assis tem origem no Latim - Franciscus (o mesmo que franco, francês) que no franco latino significa Homem livre, pessoa criativa, mas impulsiva, os Franciscos são otimistas e generosos; de personalidade forte, tornando-se seguros o suficiente para serem independentes.

    “Meu pai teve duas famílias, da primeira esposa foram 11 filhos, destes ainda tenho a alegria da presença de Maria do Carmo (dona Lia) e Raimundo José Duarte (Pap) e do segundo casamento somos cinco, sendo eu, o terceiro a nascer”. Pontua ele.

    O menino Didi estudou pertinho de casa, fazendo o primário no Grupo Escolar Solidônio Leite, e de lá foi para o curso ginasial no Ginásio Industrial Cornélio Soares, de onde seguiu para cursar o científico no Colégio Municipal Cônego Torres entre 1969 e 1972 com muita garra e determinação. Onde começou sua carreira como Professor de Inglês, logo que concluiu o Curso, em 1973.“Quando eu era menino gostava de subir na figueira da escola e pular de galho em galho, com meu irmão Pedrinho e outros colegas, numa dessas artimanhas caí do galho e fiquei estalado no chão, e as outras crianças estarrecidas a me olharem, mas eu me levantei, mesmo doído e fui pra casa, quando cheguei foi uma confusão danada… minha mãe muito aperreada, uma apreensão por parte dos meus irmãos, mas graças a Deus tudo passou de forma tranquila”. Relembra.

    Na década de 1970, dedicou-se ao estudo da Língua Inglesa com muita força de vontade, enfrentando todos os tipos de obstáculos e desafios de uma língua Estrangeira (a língua de Shakespeare e Lincoln), pela qual é apaixonado. Por não haver cursos na região naquela época, ele buscou o curso do IUB - Instituto Universal Brasileiro.    

“Quebrei muito a cabeça estudando só com as apostilas que vinham de São Paulo de 15 em 15 dias, eu tinha que estudar, ler muito as lições e responder todos os exercícios, enviá-los de volta respondidos e depois responder as provas no final de cada mês”. Relembra o professor Didi, e continua: “Foi um estudo por correspondência, e era bem difícil, eu tinha que me rebolar sozinho, apenas com o material que vinha pelos correios, me tornei um autodidata em língua inglesa”. Orgulha-se ele desse feito extraordinário.    
   
Cursou
Licenciatura em Letras na FAFOPST – Faculdade de Formação de Professores de Serra Talhada, onde trabalhou por 20 anos, logo após ter feito o Curso de Especialização na PUC – MG:
“Na universidade mineira, eu fui considerado por um Catedrático da instituição como um ‘Self - Taught Man’ um autodidata da língua inglesa”. Revela o professor Didi em sua simplicidade.

    “Fui professor no Colégio Municipal Cônego Torres, na Escola Methódio de Godoy Lima, pela qual tenho um carinho enorme, e por alguns anos ensinei no Colégio da Imaculada Conceição (a famosa Escola Normal), nestas escolas lecionava Inglês e Português com muita vocação e amor pela transmissão de conhecimentos aos educandos”. Comenta.

    Antes de ser o professor Didi, ele trabalhou na CONE uma companhia de engenharia, na qual prestou serviços como Auxiliar de Escritório entre os anos de 1975 e 1976. “Me casei em 1979 com Maria Aparecida e temos duas filhas: Cecília Rejane Duarte e Cíntia Regina Duarte, esta, me deu dois netos Antônio Gabriel e Andrey Miguel joias da minha vida”. Revela com satisfação.

    Além de lecionar inglês sua matéria preferida, ele, ensinava outras disciplinas para preencher a carga horária exigida de cada docente. “Eu aplicava aulas de Português, Filosofia, Religião e o que dava na telha. Não tinha comigo pé-quebrado, era polivalente. Hoje estou aposentado, gosto muito de ler, principalmente livros de filosofia, e vou aos sítios de meus parentes e amigos, onde fico contemplando a natureza, as árvores e pássaros…” Nos conta com ar sereno de quem gosta do que faz.

    

    Sobre seu lado poeta/escritor ele nos fala: “Não tenho livros publicados, contudo compus alguns poemas que estão na Antologia SELECTA DE POESIAS da Academia Serra-talhadense de Letras, livro publicado em 2007, são eles: A Igreja e o Botequim, A Árvore Venenosa e Simplicidade; outro poema meu é Maria, que junto as duas últimas citadas estão na Antologia de 2019, também editada pela ASL O SERTÃO… EM PROSA E VERSOS”.

A IGREJA E O BOTEQUIM

A Igreja é fria, a igreja é fria,

Mas quente e agradável é o botequim.

Só eu sei o que me agrada, só eu

Mesmo quem assim não pense o Céu.


Se na Igreja nós pudéssemos beber,

E o vinho a nossa alma deleitasse

Cantaríamos e rezaríamos também,

Já que nada lá fora nos atrairia.


O padre pregaria e com a gente beberia:

Qual pássaros, contentes nós seríamos,

Certa mulher vil que lá sempre está,

Pequenos inocentes não espancaria.


E Deus, como um pai feliz de ver

A sua semelhança filhos contentes,

Com o Diabo não mais discutiria,

O alimentava e depois o vestiria.


    “A Academia Serra-talhadense de Letras, é a única entidade que faço parte, e gosto de frequentar as reuniões e atividades que realizadas vez por outra. A ASL é formada em sua maioria por colegas de profissão, sou o titular da cadeira 39, tendo como patrono o pernambucano Mauro Mota (1911-1984) que foi poeta, jornalista, cronista e professor, o qual foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, ocupando a Cadeira nº 26”. Pontua o nosso entrevistado.

    Pergunto sobre as atividades que realiza atualmente e ele prontamente responde: “Leio bastante, principalmente filosofia, inclusive estou escrevendo textos nessa linha, e curto muito os meus netos, os momentos com eles são sempre benéficos, então aproveito ao máximo”.  

    Professor, quais são suas considerações finais? “Quero deixar uma mensagem para as novas gerações: procurem ler bons livros, conteúdos que os edifiquem, e peço que se comprometam com uma sociedade mais progressista. Para as novas gerações de educadores que formem jovens mais pensantes. se liguem menos nessa tecnologia massificante e fujam da mídia sensacionalista e de outras coisas nocivas e vãs presentes na atualidade”. Conclui Francisco de Assis Duarte, que tem como único ídolo Jesus Cristo, e é admirador do filósofo grego Sócrates (470 – 399 a.C.) o qual revolucionou o pensamento ocidental.


2 comentários:

  1. Justa homenagem ao professor Didi. Foi meu professor na FAFOPST e escolhido como o professor homenageado da turma em 2013. Eu acredito que homenagens precisam serem feitas em vida! Parabéns ao blog, parabéns professor! O senhor merece!

    ResponderExcluir
  2. Aí bateu forte, meu professor predileto! Quanto mas vinho melhor. Merecida homenagem. Parabéns fera. CF. ❤️

    ResponderExcluir