segunda-feira, 23 de outubro de 2023

Avós de Carlos Sett Celebram 70 anos de Casados neste dia 23 de Outubro de 2023


    Januária Aurora e Miguel José foram casados pelo saudoso Padre Jesus, em 23 de outubro de 1953, no 3º distrito rural de Serra Talhada, Caiçarinha da Penha. Moraram em várias fazendas daquela região, pois seu Miguel hoje com 93 anos e 9 meses, era vaqueiro afamado e um agricultor de mãos abençoadas para o plantio de sementes.

    Dona Aurora uma mulher delicada, temente a Deus, respeitosa e também agricultora pronta para lida da roça em diversas atividades, do preparo da terra à plantação das sementes, da limpa do roçado à colheita, da debulha dos grãos ao aproveitamento silagem, hoje conta com 89 anos e sete meses de idade.

    Setenta(70) anos, são chamados de Bodas de Vinho, que simboliza como as coisas ficam melhores com o passar do tempo, um casal que atingiu celebrar essas bodas, já passaram por muitas coisas juntos e a sua idade já está em um grau bem elevado, são pessoas sábias e com certeza muito felizes pela longevidade alcançada e família criada, formada e independente.

    “No tocante a Vovô e Vovó, não foi diferente dos casais da Zona Rural, conceberam uma numerosa prole foram 14 filhos, tendo chegado a idade adulta sete(7) mulheres e cinco(5) homens. No entanto, quadro(4) das filhas já faleceram”. Pondera Carlos Sett.

    No último sábado, se reuniram em sua residência no bairro Tancredo Neves, os oito(8) filhos do casal, inclusive um que mora em São Paulo e veio especialmente para a celebração. Dos quatorze(14) netos, se fizeram presentes, oito(8), tendo faltado seis(6) por morarem em São Paulo, noutros Estados. 

    A quarta geração da família já conta com onze(11) bisnetos, dos quais sete(7) estavam nas bodas de vinho dos "bisas", que foi cercada de emoção, abraços e felicitações pelos parentes e amigos que compartilham da vivência com eles no dia a dia, cercando o casal de afeto e cuidados.

    Ao perguntar pelo segredo para tantos anos de casados, eles dizem: “aprender a comer um dia feijão com arroz e no outro arroz com feijão sempre juntos.”




 

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Neste Mês de Outubro Entrevistamos Dorotea Nogueira, Artista Símbolo da Campanha Com a Sua Cangaceira Rosa


O Blog do Carlos Sett conversou com a hilariante artista Dorotea Nogueira, ela que faz a alegria de muita gente nas redes sociais e tem uma legião de fãs pelo mundo. Dora ou Téa (para familiares e mais íntimos), é conhecida como a Cangaceira Rosa, a Maria amiga do peito, sempre simpática, alegre e cheia de vida, ela brinca com seus cachorros e velhos gansos quando está em casa, são seus xodó. Nas telas e no teatro a brincadeira é com seus personagens, pelos quais ela se transforma e mostra seu talento cênico com imensurável profissionalismo.

Outra veia artística dessa mulher aguerrida e desenrolada, é a culinária, dom herdado de sua mãe, e que ela pratica desde sempre. Em suas redes sociais é possível acompanhá-la através de suas postagens e constatar de perto sua persona. Vamos à entrevista com essa notável serra-talhadense repleta de talentos, humildade e simpatia.

1- Qual seu nome completo, onde e quando nasceu? Maria Dorotéa Nogueira dos Santos, nasci no Hospital Regional (HOSPAM) em 07 de julho, (mesmo dia e mês que nasceu Lampião, uma coincidência incrível, que atualmente faço questão de frisar), pois sou uma mulher destemida e objetiva, pessoa sem rodeios ou disse me disse.


2- Nome dos seus pais? Sou a filha caçula do Maestro e Professor de Disciplina do Industrial Antônio Nogueira dos Santos (Seu Nogueira) e da Bondosa Mestra de Cozinha Dona Aristania Moraes dos Santos.

3- Na sua casa são quantos irmãos/irmãs? Se possível cite os nomes? Somos nove, cinco homens e 4 mulheres no total: Francisco de Assis e Paulo Nery (In memoriam), João Batista, Severino dos Ramos, Antônio Anchieta, Maria das Graças, Maria da Penha, Francisca Maria e Eu.

4- Quem é Dorotea Nogueira? Uma mulher guerreira, honesta e resistente as dificuldades da vida. Uma artista negra de sangue nos olhos, e que não esmorece diante das adversidades e preconceitos.

5- Vida escolar: cite as escolas onde estudou da infância até a Faculdade? Tenho formação superior completa. Minha vida escolar teve início no Externato São Domingos Sávio, depois fui para a Escola Estadual Solidônio Leite e Escola Irmã Elizabeth, o curso Ginasial eu conclui na Escola Cornélio Soares. Então, fiz Estudos Sociais na FAFOSPT, um tipo de licenciatura curta, posteriormente complementada pela Licenciatura Plena em História pela AESET / FAFOPST.

6- Onde trabalhou/trabalha e por quanto tempo em cada local? Trabalhei na Secretaria da Escola Cornélio Soares por quase de 13 anos, em seguida atuei na Creche Imaculada Conceição, Creche Sagrada Família e no Colégio Municipal Cônego Torres, e completando o tempo para aposentadoria na Escola Municipal José Rufino Alves, no bairro Caxixola, ainda prestei serviços na Casa da Cultura e por um curto período de tempo na Escola Municipal de Artes, no 1º andar do Mercado Público.

7- Sua veia artística é qual? Meu forte desde a infância é a arte da culinária, dom que herdei de minha falecida mãe e que realizo com esmero e orgulho. No tempo de escola fiz apresentações de teatro e também cantava. Em casa me vestia de personagem e saia fazendo a alegria de crianças e adultos com minhas estripulias, depois deixei de lado. Após vencer um câncer de mama, adentrei nas Artes Cênicas (teatro e danças) e Audiovisual (cinema e vídeo) e lá se vão mais de 10 anos de atuação em trabalhos de grande porte como o “Massacre de Angico – A Morte de Lampião”, “Milagre das Figuras de Barro”; o Filme de Longa Metragem “Sertão de Sonhos”, os curtas “Bicho de & Letras”, “A Nova Cidade”, “Nova Iorque”, “Papo Amarelo – O Primeiro Tiro”, “P.S.”, o documentário “Dorotea Nogueira: A Cangaceira Rosa”, entre outros, e inúmeras palestras e entrevistas, a maioria com essa personagem.


8- Em que ano e porque criou a famosa personagem “Cangaceira Rosa”? No ano de 2013. Trabalhando como atriz nos filmes e no Espetáculo “O Massacre de Angico”, lá na estação do forró. Aí veio a inspiração: criar uma personagem para alertar mulheres e homens sobre a prevenção ao câncer de mama. Doença da qual fui diagnostica em 2007, passei por um tratamento de 5 anos e após esse período, me tornei Embaixadora da Campanha de Alerta e Prevenção ao Câncer de Serra Talhada para o mundo, com meu testemunho de vitória. Tendo nascido no mesmo dia e mês (07/07) de Virgolino Ferreira, vulgo Lampião, me inspirei no cangaço para criar uma personagem aguerrida e forte, foi então que nasceu a “Maria Amiga do Peito”, uma cangaceira vestida de rosa e branco, que são as cores símbolo da Campanha e ganhei o mundo, levando uma mensagem de esperança e fé, pois o câncer diagnosticado de forma precoce as chances de curas são bem maiores. Alertar as mulheres e os homens (sim, eles também desenvolvem a doença) sobre a importância da prevenção e do autoexame, não somente, no mês de outubro, mas todo o tempo, através de meu testemunho de vitoriosa, o qual finalizo com seguinte frase: “Eu venci o câncer e você também pode!”, torna-se bem importante.

9 – Faz parte de algum grupo ou coletivo artístico? Sim, da Equipe Teatral de Serra Talhada - ETEAST Produções.


10- Em quantos e quais espetáculos de teatro e filmes já atuou? Espetáculos de teatro foram: “Geração Positivo”, “Crassicos do Circo”, “A dona da Corte”, “Milagre das Figuras de Barro”, “O Massacre de Angico – A Morte de Lampião”; já atuei no longa que citei anteriormente e em nove curtas, além da participação em mais de três dezenas de vídeos curtos para YouTube e redes sociais, sem contar as inúmeras entrevistas.

11- Conte-nos um fato curioso/peculiar/inusitado de sua vida? Já vivi e passei por vários fatos interessantes e curiosos (risos), uma vez estava indo fazer a palestra em Boa Viagem, já trajada de Cangaceira e fazendo fotos com os passantes. Devido a medicação forte que tomei para o tratamento do câncer, meus dentes enfraqueceram (hoje uso implantes) a caminho do local perdi um dente e precisei improvisar um dente com chiclete para honrar o compromisso e poder sorrir para pacientes e familiares presentes no evento. Outra fato curioso, é que ainda em tratamento, eu estava numa festa dançando com parceiro, neste dia usava a prótese de mama removível, pois ainda não havia feito a reconstrução mamaria de silicone. No movimento da dança, a prótese chegou a descer para cintura e precisei desfaçar, pedir licença ao dançarino para ir ao banheiro colocar o peito no lugar, então, voltei para o salão e a dança continuou. (risos)

12- Que pergunta eu deveria ter feito e não fiz, faça, e responda? Faltou você perguntar se sofri preconceito no período que perdi a mama? Sofri bastante preconceito. As pessoas pediam para eu vestir blusas largas para disfarçar, e/ou usar a prótese removível que suava e incomodava. Porém, nunca liguei para isso, estava feliz com o tratamento, pois a vida vale mais. Minha preocupação com a estética e certos padrões de beleza sempre foi zero.

13- Que mensagem deixa para o(a)s leitore(a)s de nosso Blog? A vida é bela. Devemos aproveitá-la com intensidade e botar pra fora o medo de ser feliz; nunca guarde algo que sente vontade de fazer por medo, vá come medo e faça. Seja feliz e aproveite a vida, ela é adversa, porém, passageira. Eu venci o medo faz tempo, tanto é que já desfilei em três escolas de Samba, sendo 2 no Rio de Janeiro e uma em São Paulo, e no Carro Abre-alas do Galo da Madrugada, por isso afirmo: seja feliz! Palavra de Dorotea Nogueira a Cangaceira Rosa e Maria Amiga do Peito.