terça-feira, 15 de novembro de 2022

FABÍOLA LEITE – VERSATILIDADE É SUA MARCA NA MÚSICA DESDE A INFÂNCIA

 

Anna Fabíola Pereira Leite Alves, ou majestosamente, Fabíola Leite como é conhecida no meio musical e artístico, é uma cantora de voz potente e estilo diversos, nasceu no município de Salgueiro, sertão central de Pernambuco, no nordeste do Brasil, em 09 de março de 1985 - ano em que teve fim a ditadura militar, sendo eleito Tancredo Neves em Eleições Indireta; na música Grupos como Titãs, Paralamas do Sucesso, Magazine e Legião Urbana dominavam as paradas com canções que marcaram época. Os brasileiros assistiram na TV minisséries baseadas em romances nordestinos: Tendas dos Milagres de Jorge Amado e Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa.

“Leite é o sobrenome do meu pai, ele foi um fabuloso músico, e seus irmãos também, na realidade, meu avô era sanfoneiro, e foi passando os talentos musicais de geração em geração, por isso tenho orgulho de ser quem sou e fazer o que faço, pois a representatividade musical na minha família é muito forte, perpassa do sangue para alma”. Afirma ela categoricamente.

Fabíola Leite, é a 2ª filha do tecladista e cantor Florêncio Leite Alves, que era conhecido por “Boró”, e dona Maria Pereira de França Leite, tendo como irmãos Francielba, Flávia e Florêncio Júnior, além de Fabiana, fruto do 1º casamento de seu pai. A menina Fabíola, iniciou sua vida estudantil na Escola Municipal Tancredo de Almeida Neves, o ginásio, como era chamado o ensino fundamental 2, e o segundo grau, hoje Ensino Médio na Escola Estadual Methódio de Godoy Lima. “Um tempo depois que concluí o segundo grau, comecei o chamado científico no Industrial, mas só fiz até o segundo ano, e não consegui fazer um curso universitário ainda”. Pondera ela.

A presença de instrumentos musicais, cantores, cantoras e músicos na casa de seus pais, na casa de seus avós, os constantes ensaios e preparação de repertórios para shows, fizeram-na ser cantora, pois estava vocacionada a trilhar este caminho sanguíneo, sem fugir ao ditado: “filho de peixe, peixinho é”, e aos 12 anos teve início sua carreira de cantora, interpretando músicas de que estavam nas paradas de sucesso na época, gravações de Roberto Carlos, Leandro e Leonardo, Zezé de Camargo e Luciano, Chitãozinho e Xororó, Mastruz com Leite, dentre outros, ao lado do pai.


“Menos de um ano que estava cantando com meu pai o repertório citado, ele me apresentou algumas músicas das cantoras Núbia Lafayette, Diana, Lila, a nossa rainha da seresta, Elis Regina e outras. Então, passei a cantar essas canções, algo inédito na região, uma criança de 13 anos estava interpretando músicas dessas consagradas estrelas, e fiquei conhecida como a menina da voz de ouro por onde me apresentava, e a gente viajava muito, virou um slogan: ‘Fabíola Leite, a menina da voz de ouro’”. Relembra.

“A herança musical da gente está no sangue, do lado do meu pai temos grandes músicos, meu avô era sanfoneiro, meus tios todos músicos, vários primos e por aí vai…” Comenta. As suas referências aumentaram, e hoje vão de Alcione a Roberto Carlos, passando por alguns artistas da nova geração como Marília Mendonça e afins. “São 11 o total de irmãos de meu pai, sendo 7 meninos/músicos. João ‘Grilo’, Zé Leite, Gregório, Francineto, Dezaneto, Cícero, e meu pai Florêncio, conhecido como Boró, na década 1980 montaram a Banda Côngruos, o meu primo César Rasec, que é bem famoso a nível nordeste e me acompanha nos shows, Cristiano da Vizzu e Diógenes, um grande cantor”. Relata ela, sobre a forte presença musical entre os familiares, lembrando que sua irmã cantou por muito tempo com ela e o pai no Trio: “Ely, Fabíola e Elba - Grupo Recordações”. Vale salientar que Fabíola, além de excelente cantora toca Clarineta, e por vários anos integrou o quadro de músicos da centenária Filarmônica Vilabelense.

Sua estreia em outra Bandas Musicais de grande porte se fez substituindo uma das back vocal de Assisão, na “Banda Nega Fogosa’, sem deixar de fazer os shows com seu pai e sua irmã, ela passou quase um ano viajando por diversas capitais com a majestade do forró, e aprendeu muito sobre o mercado musical, também atuou nas Bandas ‘Côngruos’, ‘Forró Picante’, ‘Forró Pressão’, dentre outras.

Sobre os artistas que a inspiram ela admira a história de luta de alguns, pois muitos, assim feito ela, começaram cedo e trilham caminhos bem tortuosos até alcançar o sucesso, ela segue nessa peleja. “A música em si inspira muito, acalenta, nos encoraja, nos traz vida, toda forma de arte é sensacional, pois nos transporta para histórias, lugares e sensações diversas. Mas, a minha referência maior e inspiração absoluta foi, e é meu pai, e também minha mãe, que apesar de nunca ter cantado profissionalmente, canta bem pra caramba, é afinada e sempre me ajuda bastante, ela possui diversos dons sublimes”. Detalha.

Fabíola nos diz que não é compositora, apenas possui o dom de interpretar canções, e conta pra gente um fato bem inusitado que aconteceu numa apresentação com ela e o pai no antigo coreto da Praça Sérgio Magalhães: “a gente estava se apresentando meu pai no teclado, os músicos cada uma tocando seu instrumento, e eu cantando, aí uma turma daqui (de Serra Talhada) que morava em outra cidade e vieram pra festa, me viram cantando e gostaram da minha voz, então, pagaram e muito bem, para eu cantar por quase 3 horas só a música ‘Morango do Nordeste’, (risos) que na época era um grande sucesso, fiquei com trauma dessa música depois disso… isso foi em 1998 ou 1999”. Relembra.

Ela foi a vencedora da terceira Edição do “Festival Cantando na Cocha”, um show de Calouros que passou a acontecer em Serra Talhada uma vez por ano, e vem revelando muitos talentos musicais, ela havia participado da primeira edição e foi eliminada, na segunda não quis se inscrever e na terceira edição estava lá novamente e saiu vencedora.

A iniciativa é do grande Músico e Protutor Zé Orlando: “é uma competição muito concorrida, séria e realizada de forma democrática, seguindo rigorosos critérios, para mim foi uma experiência significativa, e absolutamente marcante na minha trajetória de cantora. Fui convida para participar de um festival em Arcoverde, interpretando uma música de um compositor de lá, mas por falta de tempo acabei não indo, na época estava trabalhando em outro serviço, como Caixa numa loja de Conveniência, e a noite aparecendo apresentação eu ia cantar, nunca me desliguei da música, mas sair para outra cidade neste período de 3 anos, o qual atuava neste trabalho era complicado”. Ressalta a artista.

Pergunto se ela tem gravações em CD’s
ou mídias afins... “Tenho sim, foram CD’s gravados com o trio Ely, Fabíola e Elba - Grupo Recordações, eu ainda criança, junto a minha irmã que também cantava nesse tempo, gravei CD’s com a Banda Forró Pressão em Recife, na qual trabalhei por quase 6 anos, e tenho gravações com Tatuá, em Sergipe, de vez em quando faço trabalhos naquela região, de minha carreira solo ainda não gravei, apenas tenho alguns trabalhos no meu canal YouTube”: Fabíola Leite – YouTube

Hoje a artista é mãe do Artur Williams de 11 anos e da
Anna Marília agora com 4 meses de vida, e
segue sua vida profissional se apresentando em diversas cidades cantando vários estilos, durante o período pandêmico fez algumas lives, que podem ser conferidas em seu canal no YouTube pelo link acima. Évoé!












Por Carlos Sett