Anna Fabíola Pereira Leite
Alves, ou majestosamente, Fabíola Leite como é conhecida no meio
musical e artístico, é uma cantora de voz potente e estilo
diversos, nasceu no município de Salgueiro, sertão central de
Pernambuco, no nordeste do Brasil, em 09 de março de 1985 - ano em
que teve fim a ditadura militar, sendo eleito Tancredo Neves em
Eleições Indireta; na
música Grupos
como Titãs, Paralamas do Sucesso, Magazine e Legião Urbana
dominavam as paradas com canções que marcaram época.
Os
brasileiros assistiram na TV minisséries baseadas em romances
nordestinos: Tendas dos Milagres de Jorge Amado e Grande Sertão:
Veredas, de Guimarães Rosa.
“Leite é o sobrenome do
meu pai, ele foi um fabuloso músico, e seus irmãos também, na
realidade, meu avô era sanfoneiro, e foi passando os talentos
musicais de geração em geração, por isso tenho orgulho de ser
quem sou e fazer o que faço, pois a representatividade musical na
minha família é muito forte, perpassa do sangue para alma”.
Afirma ela categoricamente.
Fabíola Leite, é a 2ª
filha do tecladista e cantor Florêncio Leite Alves, que
era conhecido por
“Boró”, e dona Maria Pereira de França Leite, tendo
como irmãos Francielba,
Flávia e Florêncio Júnior, além de Fabiana, fruto do 1º
casamento de seu pai. A menina Fabíola, iniciou sua vida estudantil
na Escola
Municipal Tancredo de Almeida Neves, o ginásio, como era chamado o
ensino fundamental 2, e o
segundo grau, hoje
Ensino Médio na Escola Estadual Methódio de Godoy Lima. “Um
tempo depois que concluí o segundo grau, comecei o chamado
científico no Industrial, mas só fiz até o segundo ano, e não
consegui fazer um curso universitário ainda”. Pondera
ela.

A presença de instrumentos
musicais, cantores, cantoras e músicos na casa de seus pais, na casa
de seus avós, os constantes ensaios e preparação de repertórios
para shows, fizeram-na
ser cantora, pois
estava vocacionada a trilhar este
caminho sanguíneo,
sem fugir ao ditado:
“filho de peixe, peixinho é”, e
aos 12 anos teve início sua carreira de cantora, interpretando
músicas de que estavam nas paradas de sucesso na época, gravações
de Roberto Carlos, Leandro e Leonardo, Zezé de Camargo e Luciano,
Chitãozinho e Xororó, Mastruz com Leite, dentre outros, ao
lado do pai.

“Menos de um ano que
estava cantando com meu pai o repertório citado, ele me apresentou
algumas músicas
das cantoras
Núbia Lafayette, Diana, Lila, a nossa rainha da seresta, Elis Regina
e outras. Então, passei a cantar essas canções,
algo inédito na região, uma criança de 13 anos estava
interpretando músicas dessas consagradas estrelas, e fiquei
conhecida como a menina da voz de ouro por onde me apresentava, e a
gente viajava muito, virou um slogan: ‘Fabíola Leite, a menina da
voz de ouro’”. Relembra.
“A
herança musical da gente está no sangue, do lado do meu pai temos
grandes músicos, meu avô era sanfoneiro, meus tios todos músicos,
vários primos e por aí vai…”
Comenta. As suas
referências aumentaram, e hoje vão de Alcione a Roberto Carlos,
passando por alguns artistas da nova geração como Marília Mendonça
e afins. “São 11
o total de irmãos de meu pai, sendo 7 meninos/músicos. João
‘Grilo’, Zé Leite, Gregório, Francineto, Dezaneto, Cícero,
e meu pai Florêncio, conhecido como Boró, na década 1980 montaram
a Banda Côngruos, o
meu primo César
Rasec, que é bem famoso a nível nordeste e
me acompanha nos shows,
Cristiano da Vizzu e Diógenes, um grande cantor”. Relata
ela, sobre a forte presença musical entre os familiares, lembrando
que sua
irmã cantou por muito tempo com ela e o pai no Trio:
“Ely,
Fabíola e Elba - Grupo Recordações”. Vale salientar que Fabíola,
além de excelente
cantora toca
Clarineta, e por vários anos integrou
o quadro de músicos da
centenária Filarmônica
Vilabelense.
Sua estreia em outra Bandas
Musicais de grande porte
se fez substituindo uma das back
vocal de Assisão, na “Banda Nega Fogosa’, sem deixar de fazer os shows com seu pai e sua irmã, ela passou quase um ano viajando por
diversas capitais com a majestade do forró, e aprendeu muito sobre o
mercado musical, também atuou nas Bandas ‘Côngruos’, ‘Forró
Picante’, ‘Forró Pressão’, dentre outras.
Sobre os artistas que a
inspiram ela admira
a história de luta de alguns, pois muitos, assim feito ela,
começaram cedo e trilham caminhos bem tortuosos até alcançar o
sucesso, ela segue nessa peleja. “A
música em si inspira muito, acalenta, nos encoraja, nos traz vida,
toda forma de arte é sensacional, pois nos transporta para
histórias, lugares e sensações diversas. Mas, a minha referência
maior e inspiração absoluta foi,
e é meu pai, e
também minha mãe, que apesar de nunca ter cantado
profissionalmente, canta bem pra caramba, é afinada e sempre me
ajuda bastante, ela possui
diversos dons
sublimes”.
Detalha.
Fabíola nos diz que não é
compositora, apenas possui o
dom de interpretar
canções, e conta pra gente um fato bem inusitado
que aconteceu
numa apresentação com ela e o pai no antigo coreto da Praça
Sérgio Magalhães: “a
gente estava se apresentando meu pai no teclado, os músicos cada uma
tocando seu instrumento, e eu cantando, aí uma turma daqui (de
Serra Talhada)
que morava em outra cidade e vieram pra
festa, me viram cantando
e gostaram da minha voz,
então, pagaram e muito bem, para eu cantar por quase
3 horas só a
música ‘Morango do Nordeste’,
(risos)
que na época
era um grande sucesso, fiquei com trauma dessa música depois disso…
isso foi em 1998 ou 1999”. Relembra.

Ela foi a vencedora da
terceira Edição do “Festival Cantando na Cocha”, um show de
Calouros que passou a
acontecer
em Serra Talhada uma
vez por ano, e vem
revelando muitos
talentos musicais, ela havia
participado da primeira
edição e foi eliminada, na segunda não quis se inscrever e na
terceira edição estava lá novamente e saiu vencedora.
A iniciativa é do grande
Músico e Protutor Zé Orlando: “é
uma competição muito concorrida, séria e realizada de forma
democrática, seguindo rigorosos critérios, para mim foi uma
experiência significativa, e absolutamente marcante na minha
trajetória de cantora. Fui convida para participar de um festival em
Arcoverde, interpretando uma música de um compositor de lá, mas por
falta de tempo acabei não indo, na época estava trabalhando em
outro serviço, como Caixa numa loja de Conveniência, e a noite
aparecendo apresentação eu ia cantar, nunca me desliguei da música,
mas sair para
outra cidade neste período de 3 anos, o qual atuava neste trabalho
era complicado”.
Ressalta a artista.
Pergunto se ela tem gravações
em CD’s ou mídias
afins... “Tenho
sim, foram CD’s gravados
com o trio Ely,
Fabíola e Elba - Grupo Recordações, eu ainda criança, junto a
minha irmã que também
cantava nesse
tempo, gravei
CD’s com a Banda Forró Pressão em Recife, na qual trabalhei por
quase 6 anos, e tenho gravações com Tatuá, em Sergipe, de vez em
quando faço trabalhos naquela região, de minha carreira solo ainda
não gravei, apenas tenho alguns trabalhos no meu
canal YouTube”:
Fabíola
Leite – YouTube
Hoje
a artista é
mãe do Artur Williams de 11 anos e da
Anna Marília agora com 4
meses de vida, e segue
sua vida profissional se apresentando em diversas cidades cantando
vários estilos, durante o período pandêmico fez algumas lives, que
podem ser conferidas em seu canal no YouTube pelo link acima. Évoé!
Por Carlos Sett